Latakia - I

"O Latakia é resultado de um processo de cura à fogo das folhas, com a queima controlada de de madeira e ervas aromáticas. É o mais conhecido dos tabacos-especiarias, e atualmente é cultivado principalmente no Chipre e norte da Síria. 


Depois que as folhas são colhidas e curadas, são então penduradas em estufas hermeticamente fechadas, e curadas pela ação da fumaça. Através da queima de pequenas fogueiras de carvalho e pinheiro, a estufa fica repleta de fumaça, que vai se depositando nas folhas penduradas.


A história conta que o Latakia foi "descoberto" quando houve excedente de tabaco em uma das safras, e esse excesso foi armazenado em vigas no teto das residências. Tradicionalmente os camponeses usavam madeira e uma pequena parte de esterco de camelo seco para cozinhar e se aquecer no inverno. O tabaco assim curado, pela ação da fumaça, foi então finalmente revelado na primavera seguinte.


O Latakia produz um sabor muito rico e acentuado, cujo aroma possui a caracaterística clara da defumação. É um ingrediente indispensável na formulação de uma mistura inglesa tradicional.


Sua proporção na mistura varia bastante, de uns poucos por cento até 40%, 50% ou até mais. Poucos fumadores de cachimbo apreciam seu uso puro, a 100%, pois tende a ter um paladar áspero, e não porque o Latakia é forte, mas porque sua queima tende a secar mais facilmente a boca e garganta."

Fonte: Le Pipe.

As curas do Tabaco

Cada um dos processos de cura do tabaco é complexo, envolve segredos e cuidado, mas em síntese, se resume aos quatro tipos abaixo descritos (e um quase quinto, por minha conta):

1) Sun-cured (cura ao Sol): As folhas do tabaco são penduradas em uma área aberta, em contato direto com o sol. Por razões óbvias, esse tipo de cura é comum em regiões de clima árido e pouca incidência de chuva. Boa parte dos tabacos orientais, produzidos em países como Síria, Chipre, etc, são curados desta forma. Recentemente o Brasil passou a produzir tabaco neste método, na cidade de Garanhuns/PE, mas apenas para exportação já que a produção é custeada por uma grande companhia.

2) Air-cured (cura ao ar livre): O tabaco é posto em galpões abertos, sem paredes, somente com a proteção do teto. O ar circula livremente, e o tabaco seca à sombra. Por aqui é conhecido como "fumo de galpão". Processo utilizado principalmente com o tabaco Burley, cuja folha adquire uma tonalidade marrom escura.

O Briar: Bird Eyes ou Occhios di Pernice - I

O briar não é só um dos melhores materiais para a construção de um cachimbo. É também aquele que possui o maior número de detalhes visuais, sendo possível perder um longo tempo falando de cada um deles. Esses detalhes deixam a peça tão bela que é um crime, por exemplo, pintar um cachimbo.

E uma das características que literalmente salta aos olhos, são os chamados "Bird Eyes" ou "Occhios di Pernice", um verdadeiro capricho da natureza, que valoriza uma peça de forma absurda. É o caso do cachimbo abaixo, um Castello cuja série inclusive faz alusão aos bird eyes. Clique na imagem para apreciar melhor, sem moderação.

Destaque:

 

Em breve, mais postagens dessa série.

Belos cachimbos: Futurísticos

 Que tal este cachimbo:

 É um conceito e chama-se "eolos". Já havia visto exemplos de cachimbos modernos no design, como os "Porsche", mas este modelo extrapola, pois além de inovar no conceito, adiciona elementos como compostos isolantes de calor e indicador de uso do filtro.


Minha opinião pessoal: Belo no design, mas cachimbo pra mim é tradição. Uma das melhores coisas de se fumar cachimbo é o vínculo com o passado, compartilhar um hábito que praticamente não se alterou desde seu surgimento.


Mais informações e fotos neste link.

Saint Patrick Day 2010

E ontem foi o dia de Saint Patrick.

Data muito importante para os irlandeses, mas também para o cachimbo, que o diga a Peterson de Dublin, que possui uma linha de cachimbos comemorativos muito bonitos.

Abaixo, um postal antigo ilustrado com os símbolos deste dia, o trevo, a arpa, a própria cor verde, que também simboliza a data, e um cachimbo de barro no estilo holandês.

 Os versos dizem mais ou menos o seguinte:
"Traga meu cachimbo e encha seu fornilho,
Que eu fumarei para acalmar minha alma,
E certamente, para limpar meu cérebro,
E trazer de volta antigas lembranças."

Há ainda uma expressão patriótica irlandesa, de origem celta, "Erin go bragh", que geralmente é entendida como "Irlanda para sempre".

Tiras & Quadrinhos - 1

 "O cachecol foi idéia dela. O cachimbo e o lenço foi minha."

Cachimbos em Morta

Cachimbos em Morta, ou Bog Oak, nada mais são que cachimbos construídos em madeira semi-fossilizada. É um material exótico na fabricação de cachimbos, além de bastante difícil de ser trabalhado, por ter uma tendência a partir-se no processo.

Não é que seja um material fraco, mas por conta de sua mineralização, qualquer intervenção em sua extrutura, seja a furação do fornilho, ou o desbaste do bloco, pode causar trincas, lascas, etc. Por conta disso, não é só o nome do artesão que pode inflacionar o preço do cachimbo, mas o próprio material.

Ainda pretendo escrever mais sobre esse tema numa próxima oportunidade. Por enquanto, vamos apreciar alguns modelos (clique nas fotos para ver em detalhes).

A história da Savinelli - Parte II

"Em 1918, nasceu Achille Jr.. Ainda jovem, Achille iniciou sua especialização em fabricação de cachimbos numa pequena oficina na parte de trás da loja. Enquanto seus pais tenderam para o atendimento aos clientes, ele preferiu o trabalho mais solitário, projetando e inventando cachimbos. Foi desta oficina que o primeiro cachimbo Savinelli genuíno veio à luz. No entanto, a sombra da guerra se aproximava, e quando a II Guerra Mundial eclodiu, Achille Jr. foi obrigado a interromper sua aprendizagem, passando a servir cinco anos de serviço militar.


A decisão de Achille Jr. baseou-se em um fato: os melhores cachimbos à venda na Itália naquela época eram feitos no exterior, enquanto na Itália crescia o briar de melhor qualidade. Este ponto o incomodou tanto que ele decidiu iniciar sua própria produção de cachimbos de alta qualidade, numa época em que todos os outros fabricantes de cachimbo italianos  produziam uma produção em massa de baixa qualidade.

Belos cachimbos: Chubby Billiard

Semana um pouco corrida, pouco tempo para escrever, mas para não perder a regularidade, vamos a um belo cachimbo para alegrar os olhos nesta sexta feira. Um belo "Chubby" Billiard, com briar em cross grain e bird eyes em profusão.
Clique nas fotos para ver em mais detalhes.

A história da Savinelli - Parte I

"A história da Savinelli tem seu início em 1876, quando o Sr. Achille Savinelli inaugurou uma das primeiras lojas do mundo voltadas exclusivamente à venda de artigos relacionados ao tabaco, localizada no coração de Milão, no nº 2 da Via Orefici, bem próximo à famosa Piazza Duomo.

Esta pequena loja – que permanece aberta ao público até hoje, no mesmo local – logo se tornou um ponto de encontro onde os fumadores de cachimbo podiam  trocar opiniões e discutir suas experiências. Foi lá que o Sr. Achille começou a desenhar seus primeiros cachimbos, os quais ele passaria então a encomendar a fabricação aos artesãos do distrito de Varese, no Norte de Milão.

Homer e seu Calabash

Alguns meses atrás, meio por acaso acabei achando este episódio dos Simpsons, num site estilo You Tube.
Não cheguei a assistir mas salvei algumas imagens da parte mais interessante, quando o Homer resolve acender um Calabash. Como sempre, a história não deu muito certo, como você pode ver na sequência da postagem... (clique no leia mais abaixo).

Artigo: Tabaco na história socioeconômica

Bastante interessante este artigo de Paulo R. Bueno na Revista Adega abordando um pouco da história do tabaco, e principalmente a evolução do controle econômico dos governos sobre seu comércio.

Como se vê, não é de hoje que o tabaco representa uma grande fonte de arrecadação para o Estado, o que torna muito nebulosa a relação de interesses que envolve a indústria do tabaco e Governo.

De todo modo, e apesar de seu papel de vilão atual, não se pode negar a importância desta planta para a evolução econômica de diversas nações.

Deixo a íntegra do artigo na sequência (clique no link abaixo).

Formatos e estilos: O Prince

O Prince foi assim nomeado após se tornar o formato favorito de Duque de Windsor, Edward, quando este era Príncipe de Wales, e sua primeira aparição aconteceu em 1920.

Princípe de Wales.

A base alargada e seu formato arredondado tornaram sua aparência bastante elegante. Frequentemente os cachimbos neste formato são equipados com uma piteira com uma suave curvatura. Normalmente é feito em três tamanhos (pequeno, médio e grande) e existe uma variação chamada de Cognac, inspirada no formato de uma taça de brandy.

Variações do formato Prince.

A propósito do texto, descobri que o Príncipe de Wales também ajudou a difundir um outro formato, que apesar de ter características do modelo Poker e do Cherrywood, é bem distinto, pois não possui o cabo, a piteira faz ligação direta com o fornilho, como se pode ver abaixo:

A princípio, a criação deste formato cabe à Dunhill.

Fonte: LE PIPE

Belos cachimbos - Lovat

Dois belíssimos exemplos no formato Lovat, pelas mãos do talentoso Michael Parks. Na minha opinião, um dos melhores artesãos da atualidade. Clique nas fotos para ver em tamanho maior, vale a pena.