quinta-feira, 27 de maio de 2010

O perigo do politicamente correto

Imperdível a matéria da jornalista Eliane Brum, veiculada em sua coluna do dia 24/05/10, intitulada "Saci sem cachimbo, lobo sem dentes e gente sem pensamento". Trata de um tema delicado, polêmico, e cada vez mais presente no nosso dia a dia, a conversão de conteúdo ao "politicamente correto" em nossa sociedade.

No caso, a matéria foca o universo dos personagens do folclore e dos contos de fadas infantis, com a colaboração do psicanalista Mário Corso como entrevistado.

E como diz o título, o Saci é um dos maiores afetados nessa onda da adaptações do que é considerado ofensivo, feio ou de mal exemplo, pois vem perdendo destaque e características, sendo a mais notável  vejam só , o seu inseparável cachimbo. A associação negativa da imagem do cachimbo é mais em função do uso do arremedo chamado "cachimbo de crack" do que com nosso tradicional companheiro fumacento, embora ele também esteja na lista negra, por conta da associação com o tabagismo, e, por conseqüência, com o cigarro, o que é um equívoco.

Infelizmente esse movimento é global, não se restringindo apenas ao Brasil, e o rumo também é o mesmo, à uma sociedade pasteurizada, onde a exclusão de temas polêmicos é só o começo.

O cenário futuro que se desenha, caso essa tendência evolua e se estabeleça, é de um mundo no mínimo chato, sem contraste e diferenças, podendo evoluir também para uma sociedade opressora e totalitária, num cenário mais sinistro. Não concordar já é alguma coisa, então discordemos, sempre que possível.

Leia a matéria neste link.

4 comentários:

Unknown disse...

Parabéns Marcelo pela citação da matéria. Pessoalmente, tenho ojeriza, e um certo temor do "politicamente correto". Vislumbro o dia que a ausência de opiniões próprias, ou o patrulhamento dessas, nos leve a um pesadelo orwelliano.

mdrabecki disse...

Obrigado Anderson.
Infelizmente o senso comum tem sido facilmente manobrado a favor do politicamente correto, mesmo assim, espero que as poucas opiniões contrárias criem raízes, caso contrário, o futuro é nebuloso.

Anônimo disse...

Sofremos nós confrades sem possibilidade de ir a uma boa tabacaria, escolher um belo cachimbo dentre tantos fabricados artezanalmente pelo mundo, e um bom tabaco. Nem o Peterson Irish acho mais aqui em Pão Paulo! Só tem fumo aromatizado de mediano a fraco...

mdrabecki disse...

E infelizmente não há sinal de que essa situação vá melhorar tão cedo, mas sim só piorar.

O que podemos fazer é resistir, firmes em nossas posições.

Vamos adaptar aquela frase então:
"Sou cachimbeiro, e não desisto nunca!"