sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Belos cachimbos - 1


Com essa postagem inicio uma série onde pretendo mostrar sempre um belo exemplo de cachimbo.

O cachimbo das fotos foi esculpido por R. Kulpinski, artesão polonês cuja habilidade fica clara nos detalhes desta peça.

A pureza de uma boa cachimbada - Filtros - Parte 1



Como é sabido, uma boa cachimbada depende de diversos fatores, desde um bom cachimbo, bem construído, feito de um bom material, de preferência o mais neutro possível, passando pelo tabaco de boa qualidade, e é claro, sem esquecer da habilidade do "operador" do cachimbo, que longe de ser natural, é adquirida e aprimorada a medida que o tempo passa.

Abro mão de falar sobre os tabacos e a habilidade neste post, talvez em outra oportunidade. No que tange ao cachimbo em si, neste post vou abordar apenas uma pequena parte do todo, os filtros, tanto os existentes comercialmente, como os alternativos.

O filtro é um componente opcional, muitos inclusive abrem mão dele, sendo que há cachimbos de qualidade e renome que sequer dispõe desse acessório.

Nessa minha jornada de cachimbeiro em formação, na qual me considero ainda num estado bastante primário, tenho sentido cada vez mais a necessidade de obter o quanto possível, uma fumada o mais pura e livre de influências estranhas à alma do tabaco escolhido.

Isso, deixo claro, em relação aos tabacos importados, devido ao seu custo, e em alguns casos, pela impossibilidade futura de voltar a provar aquele mesmo tabaco, que já não se encontra mais em produção.

Essa busca tem relação direta com o sistema de filtros utilizado, que para mim não tem necessariamente a obrigação de servir como filtro de substâncias nocivas, o que até pode influenciar um pouco no sabor, mas principalmente de proporcionar uma fumada mais seca (que também depende do fator ritmo) e de impedir a passagem de resíduos e cinzas, o que me incomoda as vezes pois costumo ir até o fim do fornilho.

Temos diversas opções de filtros disponíveis no mercado, um cachimbeiro com um pouco de experiência conhece a maioria depois de um tempo.

Inicialmente usei o condensador de alumínio, ele não é exatamente um filtro, como diz o nome, é um condensador da umidade que se forma. Já faz muito tempo que não uso, pois não ví função prática no uso, já que a umidade continua lá. Também é bem chato quanto a sua limpeza.

Depois, veio o conhecido filtro de carvão ativado de 9 mm, uma boa solução, principalmente se o cachimbeiro faz questão de uma filtragem efetiva de substâncias. Entretanto, caso se adote a troca frequente, torna-se uma solução relativamente dispendiosa, afinal, com o valor gasto em 8 filtros 9 mm se compra um tabaco nacional, e a meu ver, essa troca teria que ser feita, no máximo, a cada duas fumadas, usando o mesmo tabaco, sob pena de haver um comprometimento do sabor.

Temos também os filtros de 6mm, que não tem muito segredo, já que são basicamente feitos de papel absorvente enrolado, confesso que nunca usei.

A solução com madeira de balsa é bastante econômica, já que se encontra facilmente à venda em lojas de aeromodelismo, e também bastante flexível, já que pode ser adaptada para qualquer espessura.

Continua...

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Como umedecer tabaco ressecado

Fumo seco.


Você não aguenta mais essa situação? Acabou com os legumes da geladeira e o máximo que conseguiu foi um novo tipo de tabaco aromatizado sabor cenoura? Pois seus problemas acabaram!

Não, não é nenhum Personal Umidificator Tabajara. Brincadeiras a parte, nenhum cachimbeiro gosta do tal tabaco palha. É aquela história, o tabaco ficou seco demais depois de passar muito tempo exposto na loja ou mesmo você abriu e deixou largado mais tempo do que deveria. É suportável, mas tá longe do ideal.

E qual a melhor forma para devolver a umidade ao tabaco ressecado?

Existem inúmeras receitas, rodelas de maçã, cenoura, batata... até agora eu não tinha arriscado nenhuma, pois sempre fiquei desconfiado, e preferia acender o fumo seco mesmo do que arriscar.

Mas então cheguei a uma solução que me parece a ideal, até pela procedência, pois é recomendada pela Mac Baren, uma das grandes marcas na produção de tabacos para cachimbo.

Então, segue abaixo o processo, traduzido da versão original em inglês:

- Abra a lata ou bolsa de tabaco e coloque dentro de um saco plástico.


- Coloque uma chaleira com água para ferver.


- Quando vapor começa formar, segure a abertura da saco plástico sobre o vapor. Assegure-se de que o vapor vai para dentro do saco plástico. 5 segundos de vapor são suficientes.


- Feche o saco plástico, e deixe descansando por mais ou menos 01 hora.


- O tabaco no saco plástico absorverá a umidade.


- Depois de mais ou menos uma hora o tabaco terá recuperado o nível original de umidade.

(Retirado do artigo original de Per Georg Jensen - Mac Baren Tobacco)

Fonte: Mac Baren

domingo, 9 de setembro de 2007

Loja Do Cachimbo



Além do blog, estou dando início ao meu pequeno empreendimento de venda de cachimbos, e eventualmente também algum tabaco.

Vou publicar uma postagem para cada item aqui, e cada cachimbo terá uma galeria de fotos individual, com a descrição no lado esquerdo e na primeira foto.

A loja/galeria com todos os modelos pode ser acessada diretamente neste link.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Avaliações: Sutliff Private Stock Nº 2




Esta é minha primeira avaliação escrita de um tabaco. Pretendo, sempre que possível, e tendo novos tabacos a disposição (Deus proteja os cachimbeiros brasileiros da escassez!) publicar uma avaliação suscinta dos mesmos.


Antes de mais nada, uma pequena história deste tabaco, extraída da própria embalagem:


"No ano de 1849, em São Francisco, meu avô, Henry Sutliff, abriu sua primeira loja de tabacos. A habilidade de meu avô para selecionar e misturar tabacos variados trazidos por grandes navios era lendária entre seu discernido público. Entretanto, para sí próprio e poucos amigos próximos, meu avô reservava uma seleção de tabacos cuja raridade e preço impossibilitava qualquer distribuição ao grande público. Assim surgiu sobre este "estoque privado" uma lenda de inveja, do inigualável prazer de fumar. Uma lenda que você está prestes a aproveitar. 
Gordon F. Sutliff"

É uma bela história não?

Não sei o quanto uma descrição dessas pode ser próxima da verdade, mas acredito que um fumo para cachimbo feito nos dias de hoje dificilmente chegaria aos pés de um fumo feito por um "tobacconist" de um século atrás. Bom, talvez existam exceções.

De qualquer modo, este tabaco foi um verdadeiro achado, pois encontrei apenas um pouch empoeirado e largado numa tabacaria da cidade. Por pouco sairia dali sem sequer ter visto.

Não sei dizer o tempo que estava parado, mas acredito que passa fácil dos cinco anos. Como eu tinha muitos pacotes abertos, principalmente de nacionais, ele ficou mais uns bons meses esperando para se revelar, e a surpresa não poderia ter sido melhor.

Conforme a embalagem, trata-se de uma mistura dos tabacos Burley e Virgínias claros (Burley and Brights), maturados no processo cavendish.
O tabaco apresenta uma cor marrom escuro e uniforme. O corte é fino, e de comprimento irregular.


O cheiro do tabaco no pacote é discreto, talvez por ter perdido a umidade, o que não faz jus ao extraordinário sabor dele aceso.

E eis que, ao acender ele se revela um tabaco bastante complexo, com aromas distintos, marcantes e muito agradáveis. Sua queima é razoavelmente lenta, apesar de ressecado. Pelo mesmo motivo, não tem qualquer problema de acúmulo de umidade. Se mantem bem até 3/4 da fumada, variando de sabores, sendo que na parte final, inevitavelmente se perde o restante, como é natural com qualquer tabaco, devido a degeneração provocada pelo calor e mistura de resíduos.

É sempre difícil expressar toda a complexidade de um bom tabaco com palavras, mas até onde é possível descrever, me trouxe sensações como, desde o cheiro de algo antigo e agradável, cogumelos secos, até aromas denotando fermentação. Fora aquele bendito aroma que você procura, procura, e não consegue achar uma definição!

Mas a conclusão, é que se trata de um tabaco para se tentar desvendar aos poucos, tentando identificar os aromas envolvidos, e para os que não se pode encontrar descrição, deixar na mente como referência à ele próprio.

Foi bom enquanto durou, felizmente eu ainda tenho uma loooonga jornada nessa estrada.

Nota: Conforme consta na embalagem, esta série Private Stock possuía ainda outros dois tabacos:
Bourboun and Brights Nº 1
Blacks and Brights Nº 3